quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O trem da vida

Deixemos os cenários sombrios sobre o futuro do Planeta. Vamos a estórias que falam do destino final da vida.

Um trem corre veloz para o seu destino. Corta os campos como uma seta. Fura as montanhas. Passa os rios. Desliza como um fio em movimento.

Lá dentro se desenrola todo o drama humano. Gente de todas as gentes. Gente que conversa. Gente que cala. Gente que trabalha em seu computador. Gente de negócios, preocupada. Gente que contempla serenamente a paisagem. Gente que cometeu crimes. Gente que é boa gente. Gente que pensa mal de todo mundo. Gente solar que se alegra com o mínimo de luz que encontra em cada pessoa. Gente que adora viajar de trem. Gente que por razões ecológicas é contra o trem. Gente que errou de trem. Gente que não se questiona; sabe estar no rumo certo e a que horas chega em sua cidade. Gente ansiosa que corre para os primeiros vagões no afã de chegar antes que os outros. Gente estressada que quer retardar o mais possível a chegada e se coloca nos últimos vagões. E absurdamente gente que pretende fugir do trem andando na direção oposta a ele.

E o trem impassível segue o seu destino, traçado pelos trilhos. Despreocupadamente carrega a todos. A ninguém se furta. Serve a todos e a todos propicia uma viagem que pode ser esplendorosa e feliz. E garante deixá-los todos no destino inscrito em sua rota.

Neste trem, como na vida, todos viajam gratuitamente. Uma vez em movimento, não há como fugir, descer ou sair. Pode se enfurecer ou se alegrar. Nem por isso o trem deixa de correr para o seu destino predeterminado e carregar a todos cortêsmente.

A graça de Deus - sua misericórdia, sua bondade e seu amor - é assim como um trem. O destino da viagem é Deus. O caminho é também Deus porque o caminho não é outra coisa que o destino se realizando passo a passo, metro a metro.

A graça carrega a todos, os que são a favor e os que são contra. Com a negação, o trem não se modifica. Também não a graça de Deus. Só o ser humano se modifica. Pode estragar sua viagem. Mas não deixa de estar dentro do trem.

Acolher o trem, enturmar-se com os companheiros de destino é já antecipar a festa da chegada. Viajar é já estar chegando em casa. A graça é "a glória no exílio, glória que é a graça na pátria" como diziam os antigos teólogos.

Rechaçar o trem, correr ilusioriamente contra sua direção, de nada adianta. O trem suporta e carrega também a estes rebeldes, com toda a paciência, porque Deus se dá indistintamente a bons e a maus, a justos e a injustos.

A vida como a graça é generosa para com todos. De tempos em tempos ela nos faz cair na realidade. Nesse momento - e sempre há o momento propício para cada pessoa humana - o recalcitrante percebe então que é carregado gentil e gratuitamente. De nada adianta sua resistência e revolta. O mais razoável é escutar o chamado de sua natureza e deixar-se seduzir pela oportunidade de uma viagem feliz.

Nesse momento desfaz-se o inferno interior e irrompe gloriosamente o céu, a face humanitária de Deus. Descobre a gratuidade do trem, de todas as coisas e a presença de Deus. Há um destino bom para todos cada qual na sua medida.

E tu, leitor e leitora, como viajas?

Leonardo Boff

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O impossível do amor está na conclusão dos fatos,
Talvez sempre seremos este vazio que nos separa.

E...sempre sorriremos dos vãos,
e da nossa impossibilidade de dar
ao amor a chance de nascer.
É como amanhecer e sentir que falta alguma coisa,
é como dormir imaginando alguém chegar e lhe bater à porta.

Difícil é olhar aquela praça e saber que
as (im)possibilidades não terminaram.
Estranho e olhar nos teus olhos e pedir que...
Volte...

Esses doloridos "ses" me mantém
e paradoxalmente mentem
tornando possíveis esperanças,
fantasias, rimas e sonhos.

São tantos ensaios, desculpas...culpas!
Que tornam unicamente o que se sente...
O que não passará com os quilômetros, anos
é essa tal impossibilidade de amar!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

E depois de tanto sol você veio em chuva,
Veio em verso se fazendo humano, sempre se recompondo.
Em arte te deixei em marte com seus loucos planos.
Na despedida me deixou saudade.

Agora só me resta sonhar, sentindo o vazio
me consumindo e a solidão destas luzes que
me ajudam a lembrar...dos momentos, dos lamentos.

Só que viver já me basta se tenho na vidraça
um sentido pra olhar, se tenho alguém atento quando a lágrima quer rolar.
Ora!...Posso ser sua se assim quiseres, pode ser meu enquanto sonharmos.
Vivendo ao passo do próximo passo.

domingo, 6 de setembro de 2009

Sol de Primavera...


"Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou
Juntos outra vez

sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar

choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim é facil inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender"



Sol de primavera
Beto Guedes



Não sei se só eu sinto isto. Mas os meses de agosto e setembro são pra mim meses de profunda nostalgia. O cheiro das flores me traz lembranças diversas. Aos poucos chega CEFET, muita arte, os ensaios dos Novos Ébanos, as competições de natação, os amores, as chuvas de setembro. E, tudo chega ... se instalando!
Vamos lá?! Construir uma nova primavera?!

domingo, 30 de agosto de 2009


"Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.
Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez menino, a correr e a rolar-se pela erva
A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo a ouvir-se de longe.
Ele tinha fugido do céu. Era nosso demais pra fingir-se de Segunda pessoa da Trindade.
Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado na cruz que há no céu e serve de modelo às outras.
Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro raio que apanhou.
Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo. É uma criança bonita, de riso natural.
Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças d'água, colhe as flores, gosta delas, esquece.
Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares, e foge a chorar e a gritar dos cães.
Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente acha graça, Ele corre atrás das raparigas que levam as bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia.
A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olhar para as coisas. Ele me aponta todas as cores que há nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas.
Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no degrau da porta de casa. Graves, como convém a um DEUS e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair no chão.
Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos homens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ri dos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir falar das guerras e dos comércios.
Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo materno até Ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma. Às vezes Ele acorda de noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de pena pro ar, põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho, sorrindo para os meus sonhos.
Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu brincar."

sábado, 8 de agosto de 2009

Pensa em decorar um poema deste tamanho...


Agora imagina que você tem 99 anos com este poema em mente, sem errar uma vírgula...
Foi exatamente isto que presenciei hoje à tarde! E detalhe, este poema não era o único que estava presente na cabeça de Dona Alice.

ABC da pobreza

José Bernardo da Silva

A
A pobreza neste mundo
lamenta os trabalhos seus
eu falo por causa justa
que também lamento os meus
só me resta uma esperança
que pobre é filho de Deus

B
Bem conheço que a riqueza
é ouro, prata e o cobre
a pompa e a fantasia
é honra e brasão de nobre
se hei de querer ser odiado
mas antes quero ser pobre

C
Coitado de todo aquele
que por ter moeda forte
cheio de orgulho e soberba
sem pensar na sua sorte
qual será seu resultado
quando Deus mandar a morte

D
Devemos amar a Deus
abandonar a avareza
adorar a fé mais pura
o autor da natureza
ao mesmo tempo pensar
que no céu não vai riqueza

E
Eu quero bem a pobreza
porque dela sou irmão
inda que ela me atrase
eu reconheço a razão
porque é herança minha
desde o tempo de Adão

F
Feliz do pobre que sofre
seus males com paciência
tendo resignação
Perseverança e prudência
vence as dificuldades
tem de Deus a preferência

G
Grandeza neste mundo
vacila todo momento
é como a nuvem azulada
que anda a favor do vento
neste mundo dá prazer
no outro horrível tormento

H
Homem pobre não é nada
nem falado por ninguém
o mal quando nos persegue
não se sabe de onde vem
segundo o rifão antigo
na terra vale quem tem

I
Ira se o rico na terra
perde a glória a esperança
talvez a única coisa
que tenha por sua herança
depois de tudo perdido
de que serve tal vingança?

J
Juro como todo aquele
que sofre pela pobreza
é grande filho de Deus
não se lembra da riqueza
tendo um tesouro no céu
para que quer mais grandeza?

K
Kalendário que o pobre
deve ter em si seguro
é viver bem conformado
ser bem consciente e puro
como quem vive errado
e ver o clarão do futuro

L
Louvemos a Deus ser pobre
de muito boa vontade
uns trabalham pela fé
outros pela claridade
quem caminha para Deus
chega mais cedo ou mais tarde

M
Maria foi muito pobre
Jesus nada possuiu
seus tormentos dolorosos
Com paciência sentiu
triunfou glorioso
para o alto céu subiu

N
Ninguém fale da pobreza
que fala contra a razão
se Deus quisesse bem dava
a cada pobre um milhão
mas ficava embaraçado
o caminho da salvação

O
Os trabalhos mais horríveis
que há para se sofrer
é pensar sem causa justa
é lutar e não vencer
quem luta em favor de Deus
é muito raro perder

P
Pilatos foi grande homem
Herodes rei coroado
com um espelho bem claro
para quem vive enganado
porém nós todos sabemos
qual foi o seu resultado

Q
Quando quero maldizer-me
porque me vejo arrasado
na mesma hora me lembro
são muitos no meu estado!
e todos também padecem
por isto estou conformado

R
Rico será todo aquele
que tem bom comportamento
que ama o rito divino
e guarda seu mandamento
quem este mundo despreza
no outro acha aposento

S
Se quisermos ser feliz
neste mundo universal
amem a Deus e a pobreza
fugindo sempre do mal
que teremos preferência
no trono celestial

T
Todo mundo não é rico
egoísta e poderoso
porque enchia-se o mundo
de avarento orgulhoso
ficará para o futuro
um tempo mais perigoso

U
Um monarca neste mundo
da pobreza não tem dó
um magista Salomão
um duque um capitão só
com a morte é reduzido
em cinza poeira e pó

V
Vê-se uma árvore vestida
de flores tão asseada
e pouco vê-se despida
pela luz do sol trilhada
por si já se conhece
que riqueza não é nada

X
Xadrez grosseiro mal feito
vivem os pobres vestidos
São José que foi mais pobre
atendei nosso gemidos
pra que diante de Deus
sejamos favorecidos

Z
Zombará deste A B C
escrito e feito por mim
se houver cristão na terra
que censure e ache ruim
ou nasceu de satanás
ou procede de Caim

(Silva, José Bernardo da. ABC da pobreza. Ed. Prop. José Bernardo da Silva, Tip São Francisco, 1956)

segunda-feira, 27 de julho de 2009


Nessa caixa tem histórias!

Estou reaprendendo a viver!
O processo é complicado...
Você se descobre a cada nascer de sol
Precisa se enxergar como um "ser humano"
a cada minuto.
E precisa saber que está vivo,
mesmo que não esteja tão vivo assim.

E chora a cada melodia que toca a alma...
Evita o Choro e o Samba-canção.
Quer se encontrar durante todo tempo.
Mas as conexões caem...

E você vive em corda bamba.
Mas precisa se segurar e tirar aplausos da platéia,
porque isso te levanta a novos saltos.

E quando faltam forças, as busca no Alto, sim...
em Deus!
Mas tem hora que não dá...
A maquiagem borra mesmo e o palhaço vira monstro.
Mas ele precisa sorrir!


E aí?
...

Você precisa saber que está vivo,
por mais que não esteja tão vivo assim!


Thâmile Vidiz

sábado, 25 de julho de 2009

Vontade de amar...
Aquele amor inocente com o cheiro de gente.
Amar e amar!
Com aquela chuva compondo o cenário,
no mais lindo relicário.

Como aquele amor que me fazia te esperar às terças
só pra te olhar nos olhos e me sentir diferente
dentro de mim. Com uma vontade de espalhar
flores em todos os quintais.

Lembra da gente?!
Que rolava na grama, ria da cidade e da insanidade.
E assim éramos livres no jeito de amar.
Cada telefonema, cada cinema, cada milhões de palavras!

E em cada esquina era um pouco de vida que aprendíamos.
E nos perdíamos...
naqueles sonhos de adolescentes.
Um violão bastava para fazer nossa felicidade da tarde.

Você me trazia flores e versos.
E eu só queria...

...amar!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Monografia

Hoje quero gritar o grito de um pesquisador!
Um grito de solidão, de ansiedade, de frustação!

sábado, 20 de junho de 2009

"Presenteou-me com cheiro
Deu-me de todo tempero
Toda cor me ofereceu
Cobriu com fino tecido
Meu corpo tão carecido
Desse carinho só seu

Contou-me lindas histórias
Cantou as belas memórias
De seu álbum de canções
Entoou todas pra mim
Fez a noite não ter fim
Gravou no meu coração
O nosso encontro é bonito

Trouxe sossego divino
Teu aconchego eu, menino, aceitei
E esse amor de varanda
Rede luar e ciranda
Tem a beleza que sempre sonhei"

terça-feira, 2 de junho de 2009

O Circo...

Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver o circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro e qualidade

Corre, corre, minha gente que é preciso ser esperto
Quem quiser que vá na frente, vê melhor quem vê de perto
Mas no meio da folia, noite alta, céu aberto
Sopra o vento que protesta, cai no teto, rompe a lona
Pra que a lua de carona também possa ver a festa
Bem me lembro o trapezista que mortal era seu salto
Balançando lá no alto parecia de brinquedo
Mas fazia tanto medo que o Zezinho do Trombone
De renome consagrado esquecia o próprio nome
E abraçava o microfone pra tocar o seu dobrado
Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo
Foi soldado, carpinteiro, seresteiro e vagabundo
Sem juízo e sem juízo fez feliz a todo mundo
Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria
Todo encanto do sorriso que seu povo não sorria
De chicote e cara feia domador fica mais forte
Meia volta, volta e meia, meia vida, meia morte
Terminando seu batente de repente a fera some
Domador que era valente noutras feras se consome
Seu amor indiferente, sua vida e sua fome
Fala o fole da sanfona, fala a flauta pequenina
Que o melhor vai vir agora que desponta a bailarina
Que o seu corpo é de senhora, que seu rosto é de menina
Quem chorava já não chora, quem cantava desafina
Porque a dança só termina quando a noite for embora

Vai, vai, vai terminar a brincadeira
Que a charanga tocou a noite inteira
Morre o circo, renasce na lembrança
Foi-se embora e eu ainda era criança

(Sidney Miller)

P.S.: um dia ainda fujo com o circo!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Cheio...


"O vazio é um meio de transporte
Pra quem tem coração cheio
Cheio de vazios que transbordam
Seus sentidos pelo meio
Meio que circunda o infinito
Tão bonito de tão feio
Feio que ensina e que termina
Começando outro passeio
E lá do outro lado do céu
Alguém derrama num papel
Novos poemas de amor"
(Paulinho Moska)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Novo dia
Sigo pensando em você
Fico tão leve que não levo padecer
Trabalho em samba e não posso reclamar
Vivo cantando só para te tocar"
(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte)

Música para um passado próximo e um futuro incerto...

sexta-feira, 8 de maio de 2009


Quem sou eu...



Um sonho: visitar um borboletário;
Uma canção: Andança;
Uma esperança: justiça pelos que sofrem;
Uma insensatez: ser criança outra vez;
Uma tristeza: o partir de pessoas significavas;
Uma lembrança: CEFET;
Uma dança: samba;
Um desejo: que a arte não me abandone;
Um medo: da loucura;
Um prazer: contemplar a natureza;
Uma segurança: minha família;
Um esporte: andar pelo bosque;
Um significado: cuidar das pessoas;
Um sentimento bom: amor;
Um sentimento ruim: culpa;
Uma sensação única: ver o sol se pôr de uma montanha;
Uma cidade: Pirenópolis;
Um livro: Pequeno Príncipe;
Um filme: Valentin;
Um Romance: primavera de 2004;
Um cheiro: de chuva;
Uma estação: outono;
Uma viagem: Curitiba;
Um instrumento: percussão;
Uma atriz: doutora Milly;
Uma profissão: Musicoterapeuta;
Um futuro: ser mãe;
Uma certeza: a eterna presença de Deus em minha vida!

Thâmile Vidiz

sexta-feira, 1 de maio de 2009

"Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra,
vai pela serra, vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar… "
(Letra de Ferreira Gullar)
(Composição Heitor Villa Lobos)

Villa Lobos conseguiu traduzir a beleza daquilo que via e Ferreira Gullar trouxe pros versos algo chamado... VIDA!

P.S.: A primeira vez que ouvi esta música foi em um concerto.
A harpista fazia os sons do trem e o rapaz que tocava baixo acústico fazia o som das gaivotas e do sino...
Um dos dias maravilhosos que tenho guardado em minha memória!


sexta-feira, 24 de abril de 2009

DEUS


♪♪ Me traz o Teu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá Sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que 'Te' interessa
A lógica do vento
(...)
A paz na solidão
A órbita do tempo
(...)
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa... ♪♪

quinta-feira, 23 de abril de 2009





"Quando este monte de pequenas
coisas estiver lhe atrapalhando,
me liga...nós
faremos um belo mosaico com
elas..."

Olliver Mariano Rosa

Escrito pra mim, no
dia 07 de Janeiro
de 2009
O Olliver é o amigo que deixa minha vida cheia de poesias. O rapaz das letras e raros encontros, dos tombos de patins, da máquina de escrever, das tardes com Neruda...
Um dos únicos que sempre me escreve e me liga pra ler um novo poema que acabou de riscar em papéis perdidos.
Aquele que aparece em momentos inusitados da vida pra soprar bolhas de sabão no meu horizonte.
Anteontem nos falamos e me deu saudade tão grande... vontade de sentir a vida ao lado dele...
Obrigada meu poeta, ator Mariano Rosa!

domingo, 12 de abril de 2009



Páscoa
Hoje acordei diferente, uma vontade louca de ter um colo em que me deitasse para assistir um romance e sonhar, com vontade de pintar, de ver a Bia e conversar. Hoje tudo está tão calmo, meu corpo está em paz e minha alma descansa, estou com vontade de perdoar, vontade de cantar e de ver a vida acontecer.
Talvez tudo se dê pelas perspectivas espiritualistas que me dão sentido para o dia de hoje.
É como se a dança da vida me convidasse para mais um espetáculo!!
Feliz Páscoa!

sexta-feira, 10 de abril de 2009


O Exemplo Maior

Um vida de amor por toda humanidade.

Dias finais com silêncio, sofrimentos, lágrimas, angústia...

Na cruz nasceu...
...para um vida junto ao Pai!

quinta-feira, 9 de abril de 2009



A loucura

Num dia todos esperam, noutro todos a temem. Ela chega mansa e tira a sensação de controle, o impulso de vida. Para alguns dá um mundo jamais visitado, onde acabam se perdendo em meio à alucinações e delírios, fantasias de um mundo irreal.

Pra que ser Alice se é possível ser uma Cinderela? Talvez não seja tão possível assim. Não são Cinderelas que vejo nos corredores daquele hospital psiquiátrico e sim personagens que dizem a todo momento um não ao sim que a vida quis impor. Sujeitos alienados que se rastejam pelos corredores em meio aos seus murmúrios e dores.

Sempre acreditei que as dores da alma fossem as piores dores que pudessem acometer um ser humano. É triste andar sem ver, mais triste ainda é não saber para onde se vai.

A cada vez que passo pelas alas daquele hospital um arrepio me alcança o corpo. Mas ontem foi um dos piores dias, depois de ver uma adolescente buscando sua identidade, outra chorando como uma criança por um copo de leite, vi um garoto que me esperava, sentado na porta da minha sala, com alguns desenhos nas mãos. Ao me ver ele fez apenas um pedido, um mesmo pedido por repetidas vezes. "- Doutora? Reza pra mim!"

Fiquei me questionando, onde estaria Deus para aquele garoto? Onde estaria a vida que lhe foi roubada? Quis entrar com ele na sala, deitá-lo no colo e fazer orações naquele momento, mas não seria possível, pois não tinha terminado a sessão.

Mais tarde, lendo meus livros para monografia deparo-me com o seguinte trecho:

"Não devemos nos contentar com um Deus pensado. Porque quando a razão nos abandona, nos abandona também Deus."

Seria esta a resposta para minha primeira pergunta?

Neste momento parei pra pensar que Deus não tinha abandonado aquela alma. Ali, a razão fazia ausência.
Continuo fazendo minhas orações para que ele possa encontrar Deus e acalmar suas emoções mesmo não tendo consciência de como isso aconteceu.

Thâmile Vidiz