quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"Era uma vez uma idosa que costumava meditar às margens do Ganges. Certa manhã, ao encerrar sua meditação, ela avistou um escorpião flutuando indefeso na forte correnteza. À medida que era arrastado para mais perto, prendeu-se nas raízes que se ramificavam para dentro do rio. O escorpião lutava freneticamente para se libertar, mas cada vez ficava mais emaranhado. Imediatamente a senhora aproximou-se do escorpião que se afogava e este, assim que ela o tocou, cravou-lhe seu ferrão. A mulher afastou a mão, mas, após ter recobrado o equilíbrio, tentou de novo salvar a criatura. Todas as vezes que ela tentava, porém, o ferrão na cauda do animal a atingia com tamanha gravidade que suas mãos sangravam e seu rosto distorcia-se de dor. Um transeunte que via a idosa lutando com o escorpião gritou para ela:

- Qual o seu problema, sua tola? Quer se matar tentando salvar essa coisa feia?

Olhando nos olhos do estranho, ela retrucou:

- Só porque é da natureza do escorpião ferroar, por que eu deveria negar minha própria natureza de salvá-lo?"


(História sufi narrada pela freira beneditina Joan Chittister - retirada do livro A Linguagem de Deus - Francis S. Collins)

sábado, 18 de dezembro de 2010

"Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar. (...) Meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência."

Martha Medeiros



sexta-feira, 3 de dezembro de 2010



"Ela sozinha é, porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o para vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa!" Foi ela que vi "crescer"...


P.S.: Pequeno Príncipe, o primeiro livro que li, lembro que ganhei do meu avô quando bem pequena. Um livro cheio de lições de vida que preciso retomar... aprender, quem sabe?
Meu avô, o velhinho que me ensinou o lado arte da vida! Amo você meu grande, de onde eu estiver, onde o senhor estiver. "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."